Artigo - A queda e a esperança: Brasil no mercado internacional
- Liga de Comércio Internacional PUC-Rio
- 16 de out. de 2023
- 3 min de leitura
Por: Catharina Moura de Souza
Brasil, um país altamente dependente do mercado de exportações e importações para países ao redor do mundo, tendo foco principalmente em países que participam de acordos como o Mercosul e Brics. Sendo um dos maiores exportadores de soja, óleos como o petróleo e minério de ferro, nosso país se mantém fortemente no mercado e é considerado a 13º economia do mundo.
A corrente de comércio brasileira bateu um recorde de US $43,56 bilhões nos meses de janeiro, e espera uma redução do valor importado e provável aumento do saldo comercial até o final de 2023. Tendo uma das maiores médias diárias apenas na segunda semana de março, a balança comercial se mostra estável e com tendências de crescimento. Em janeiro de 2023, as exportações do agronegócio brasileiro atingiram US$10,23 bilhões, registrando uma alta de 16,5% em relação ao mesmo período de 2022. Representando 44,4% do valor total exportado pelo Brasil, os produtos responsáveis por essa alta são: milho, soja, carnes (bovinas, suínas e de frango) e açúcar. Com US$1,54 bilhão e alta de 38,3% em importações também.
Nosso país é membro ativo e participante de vários acordos, tratados e organizações comerciais como Aladi, Mercosul, OMC (Organização Mundial de Comércio), BRICS, ACE’s e mais. O Brasil possui acordos comerciais em vigor com Angola, Bolívia, Argentina, Chile, México, Colômbia, Cuba, Panamá, Paraguai, Peru, Egito, Equador, SACU (União Aduaneira da África Austral), São Cristóvão e Névis, Suriname, Guiana, Índia, Israel e Venezuela. Ainda estando em negociação para entrar e/ou participar de mais acordos com Líbano, Canadá, Malawi, Marrocos, Moçambique, Coreia do Sul, EFTA (Associação Europeia de Livre Comércio), Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Singapura, Indonésia, Vietnã e União Europeia.
Com isso, todos esses acordos são importantíssimos para a estruturação do comércio brasileiro e precisam ser preservados para que os mesmos permaneçam justos e ajustáveis às sanções e diferenças socioeconômicas. Durante o governo do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro, a postura e posicionamento conservador e preconceituoso afetou negociações com países latinos como Chile, Argentina, Venezuela e países asiáticos como a China e a Índia. De todos, nossos principais fornecedores e comerciantes como Argentina e China cortaram tentativas de negociação e acordos por causa da ideologia extremista do mesmo, que com a tentativa de adquirir apoiadores e eleitores criticou duramente os presidentes de cada e causou um estreitamento de relações diplomáticas entre os países.
Durante o governo do ex-presidente, a venda de produtos manufaturados ficou negativa com o valor de -11,1% e o de semimanufaturados de -8%. Tendo retração em plataformas para extração de petróleo de -51,4%, vendas de veículos de carga para -35,3%, automóveis de passageiros para -27,5%, laminados planos de ferro ou aço para -22,8% e polímeros plásticos para -14,1% no ano de 2019, quando o mercado de importações e exportações se mostrava em uma grande crise e com riscos de quebra.
No governo do atual presidente Luís Inácio Lula da Silva, o mesmo busca a reconstrução e reconciliação de tratados e acordos com todos os países que possam procurar o Brasil como possível parceiro comercial, realizando viagens e acordos diplomáticos para restabelecer a comunicação e integridade social do nosso país. Até o fim de seu mandato, o mesmo promete reestruturar o comércio brasileiro com a reindustrialização e reversão da queda na exportação de manufaturados.
É visível a necessidade de uma mudança extrema no cenário comercial brasileiro, porém, para manter a estabilidade proposta continuamente é necessária a comunicação e a reestruturação diplomática do nosso país. Da mesma forma, acordos e tratados precisam respeitar diretrizes econômicas e prezar sempre pela adaptação e conformação entre ambas nacionalidades responsáveis pelos mesmos.
Assim, a importância do mercado internacional do Brasil se mostra não apenas necessária para países pendentes de materiais como óleos e minerais, e sim para estabilizar mercados de diversas áreas e necessitados de recursos que podemos oferecer através de acordos e tratados comerciais com qualquer lugar do mundo. Com a preservação da diplomacia e a estabilização comercial, o mercado brasileiro precisa receber destaques e delegações de todos os lugares para que o mesmo usufrua de absolutamente qualquer recurso que possa ser útil para o país.
Referências:
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Siscomex. (s.d.). Acordos Comerciais. [online] Available at: https://www.gov.br/siscomex/pt-br/acordos-comerciais/pagina-acordos-comerciais [Accessed 3 Apr. 2023].
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